O que significa ter bom gosto? Antes de começar a escrever esse texto, fui procurar na internet textos opinativos sobre esse assunto.
Achei muitos textos, como: “decorando apartamento com bom gosto”; “dicas para decorar com bom gosto”; “é possível decorar com bom gosto gastando pouco”.
Mas o que exatamente isso significa? Você se pergunta por que algumas pessoas o têm e outras não? Quem define se o gosto de outra pessoa está certo ou não?
Como saber se sou uma pessoa de bom gosto?
Eu não me alinho com as opiniões de que exista bom ou mau gosto. Gosto é algo pessoal e intransferível.
Existe um antigo ditado que diz: “gosto é gosto – não se discute, só se lamenta”.
Algumas pessoas gostam do estilo moderno; outras, do estilo antigo; do claro ou do escuro; do colorido ou do monocromático; de jiló ou de caviar…
Tem quem goste de ambos, pois o fato de gostar de um não elimina gostar de outro.
Porém, dificilmente alguém goste de tudo, todos temos sempre nossas preferências.
Quem pode afirmar, definitivamente, que o seu gosto é melhor do que o das outras pessoas? Na verdade isso são preferências.
Quando alguém me diz que acha que seu gosto não é bom, eu discordo.
Afinal, praticamente todas as pessoas sabem quais são suas preferências e do que não gostam – o que pode estar faltando é o conhecimento em combinar cores, estilos e proporções.
Em suma, falta aquilo que chamamos de senso estético. Algumas pessoas têm essas aptidões, outras não. Algumas as têm naturalmente, outras estudam ou pesquisam muito para adquiri-las.
Tem pessoas que conseguem juntar qualquer coisa e ficar bem (combinar). Outras tentam de tudo, mas parece que nada combina.
O que eu acho muitas pessoas confundem ter gosto apurado com a capacidade que algumas pessoas têm de equilibrar as coisas. As vezes tendemos a usar só o que gostamos na decoração de um ambiente e o resultado fica pesado, exagerado ou apagado.
O segredo está no equilíbrio dos itens que compõem uma decoração. Se eu prefiro estampas, vou usar na decoração, em almofadas ou em uma manta sobre o sofá.
Mas não vou usar em todos os móveis, porque serão tantas estampas que uma vai acabar escondendo a outra.
O mesmo raciocínio serve para cores, quadros, tapetes, estilos, espelhos…
Se você prefere assim, quem sou eu para criticar?
Outro item que se confunde com gosto apurado é o valor das coisas, se for caro é de bom gosto, mas se for barato, não é.
Esse é um grande engano!
Podemos ter ambientes simples, decorados com itens reciclados que são lindos, assim como ambientes caros que nem são tão bonitos.
Tudo isso de acordo com o gosto de quem estiver avaliando, é claro.
Para ajudar na tomada de decisão, existem os profissionais em decoração que, quando projetam para alguém, sempre trabalham em cima do gosto do cliente.
Para tanto, discutem, perguntam e observam para montar projetos específicos para cada pessoa ou família, baseado nas preferências e escolhas de quem vai morar ou trabalhar no ambiente que será decorado.
Certa vez, assistindo palestra de um arquiteto muito conceituado, fiquei surpresa ao ouvi-lo dizer que havia feito muitas casas lindas, mas que não moraria em nenhuma delas porque atendiam ao gosto de seus moradores e não ao gosto dele.
Até então eu nunca havia pensado nisso, mas depois percebi que ele tinha razão. Preferência é preferência, é pessoal e deve ser respeitada. Se é bom ou não, depende de quem avalia.
Texto escrito por Míriam Roman, decoradora e proprietária da loja Kamari, especializada saboaria natural e vegana, utilidades domésticas, mesa, banho e decoração.
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Parabéns pelo texto, é exatamente o que eu penso
Adorei! Post de muito bom gosto!
Será?
Se a pessoa sente-se bem no ambiente que ela criou, é o que vale. Para ela, a sua escolha que é bom gosto. Tudo é relativo.