Lar é como definimos uma casa onde gostamos de estar, onde convivemos com nossa família. É quase como se uma construção tivesse sentimentos, a expressão popular “Lar, Doce Lar” resume perfeitamente esse sentimento.
Em um momento de pandemia mundial, quando as autoridades determinam que fiquemos em casa, o ideal é que possamos nos sentir em nosso lar, não é mesmo?
Recebemos um texto muito interessante da leitora Leslie Roman, estudante de psicologia que nos faz pensar em como encarar esse momento. Na mesma linha que adotamos aqui no blog, ela argumenta que temos que proteger também nossa mente, não somente a nossa saúde física, e expõe sua opinião sobre esse momento grave para a humanidade.
Acreditamos que cabe nesse momento também nos perguntarmos. Será que se trocarmos o enfoque da determinação “fique em casa” por “proteja-se do perigo em seu lar”, esse momento não seria mais suportável?
COVID-19: o encontro
Por: Leslie Roman
De repente somos sacudidos por notícias que vem de longe. Uma epidemia assola a China e espelha o medo pela Itália.
As fronteiras encurtadas pelas viagens internacionais logo são derrubadas e o que era longe começa a ficar perto.
A sociedade contemporânea organizada em torno das individualidades logo precisa dar uma resposta, é preciso sair para o coletivo, e para isso, paradoxalmente, é exigido o isolamento.
A humanidade luta toda contra o mesmo inimigo que ironicamente tem a forma de uma coroa, ainda reina majestade.
Estamos em uma guerra, a terceira guerra mundial, como dizem alguns, contra algo que não é um país ou um sujeito, mas um objeto medroso e cruel que se esconde por trás de uma capa de invisibilidade, propagando-se, multiplicando-se geometricamente.
O corre-corre das ruas abarrotadas das grandes cidades passa a ser substituído por um silêncio inquietante, as vozes passam a serem ouvidas nas casas, todos presentes na hora das refeições, estranha rotina de dar bom dia, ou nem sempre, já nem se sabia mais olhar nos rostos familiares.
Mas a casa é incomoda, assim como aquela estranha sensação da falta dos móveis do escritório, da falta de horário, da sensação do trânsito que não anda, éramos felizes e não sabíamos? Sim éramos, não tínhamos o medo e a ameaça ainda, nesse, não tão visível dessa estranha criatura chamada Coronavírus.
Aderir aos cuidados não amenizam o medo diante daquilo que não se sabe. As notícias e vídeos proliferam-se e algumas podem ser ainda mais daninhas e mortíferas que o próprio vírus.
O sujeito retorna a sua individualidade contemporânea, e tomado pelo gozo compartilha tudo e qualquer coisa, esquecendo que existe um receptor que poderá estar em um momento de fragilidade e que ao receber tal mensagem seu sofrimento psíquico poderá se intensificar.
Lidar com os medos, buscar formas de enfrentamento, como fazer? É preciso entender primeiro que o medo pode ser saudável, ele é uma forma de nos protegermos do perigo. Por exemplo, se encontrarmos um urso na floresta, nosso cérebro mandará uma mensagem para que fujamos, evitando a nossa morte.
No caso da pandemia, é ele que nos faz ficar em casa, além da responsabilidade com o outro, e que nos afasta de alguém contaminado. Respostas físicas e emocionais são esperadas; podem produzir alteração no apetite, no sono, dores de cabeça e de estômago, perda de objetivos, ansiedade, depressão entre outros.
Existe, entretanto, o medo sem objeto, que vai além do Corona, são as fobias. As fobias são exacerbadas, limitantes e desproporcionais; geram angústia, aquela sensação de peito apertado que parece que não se consegue respirar.
A angústia é tão intensa que o sujeito faz o possível para não entrar em contato com o objeto do medo e passa muito tempo pensando se vai encontrá-lo em uma determinada situação. Imagine alguém cujo objeto da fobia é o COVID-19, a intensidade do sofrimento psíquico e o quanto pode ser aumentado com aquele videozinho que você mandou sem pensar.
Qualquer que seja seu medo, repense o quanto do seu dia você dedica a leituras sobre o COVID-19, busque outras formas de passar o seu dia, reúna a família, invente, crie e recrie, você verá que seus sintomas reduzirão.
Porém, se você estiver com dificuldades de enfrentamento, em sofrimento psíquico e com crises de angústia, procure ajuda psicoterápica; o Conselho Federal de Psicologia autorizou atendimentos online e existem muitos profissionais competentes realizando excelentes trabalhos nessa modalidade em todo território nacional.
#Fiqueemcasa
Leslie Roman é estudante da 10ª fase de Psicologia
Se você também acha que deve ocupar sua mente com assuntos mais leves e quer fugir do bombardeio permanente de más notícias, disponibilizamos aqui no blog “Lar, Doce Lar” um livro gratuito, que acreditamos poderá ajudar nessa tarefa, você pode baixá-lo clicando aqui.
Você também pode aproveitar esse tempo de reclusão dedicando-se a novos hobbies, leia esses outros textos que publicamos e poderão ser úteis nessa escolha.
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Amei seu post, parabens pelo conteudo gostei bastante!!