Como explicar o medo

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mulher com medo - capa

O que é medo? De que forma pode ser explicado esse sentimento que acomete todas as pessoas em algum momento e como resolver essa situação?

O medo é uma das emoções universais experimentadas por todas as pessoas ao redor do mundo. Ele surge com a ameaça de dano, seja físico, emocional ou psicológico, real ou imaginário.

Embora tradicionalmente considerado uma emoção “negativa”, o medo na verdade desempenha um papel importante em nos manter seguros, pois nos mobiliza para lidar com o perigo potencial.

Como funciona o sentimento de medo?

A experiência de sentir medo pode ser distinguida basicamente em três fatores. Intensidade, o quão grave é o dano que está sendo ameaçado? Tempo, o possível dano é imediato ou iminente? Enfrentamento, quais ações, se houver, podem ser tomadas para reduzir ou eliminar a ameaça?

Quando somos capazes de lidar com a ameaça, isso diminui ou elimina o medo. Por outro lado, quando somos impotentes para diminuir a ameaça de dano, isso o intensifica.

Mas, o que é o medo? É uma emoção humana natural, poderosa e primitiva. De acordo com pesquisas na área de psicologia, envolve uma resposta bioquímica universal e uma alta resposta emocional individual.

Dessa forma, o medo nos alerta para a presença de perigo ou ameaça de dano, seja esse perigo físico ou psicológico.

Às vezes, o medo decorre de ameaças reais, mas também pode se originar de perigos imaginários. Embora esse sentimento seja uma resposta natural a algumas situações, ele também pode levar a angústia e perturbação quando extremo ou desproporcional à ameaça real.

O medo também pode ser um sintoma de algumas condições de saúde mental, incluindo transtorno do pânico, transtorno de ansiedade social, fobias e transtorno de estresse pós-traumático.

Por fim, ele é composto de duas reações primárias a algum tipo de ameaça percebida: bioquímica e emocional.

Reação bioquímica

O medo é uma emoção natural e um mecanismo de sobrevivência. Assim, quando percebemos uma ameaça, nosso corpo responde de maneiras específicas.

As reações físicas ao medo incluem sudorese, aumento da frequência cardíaca e altos níveis de adrenalina que nos deixam extremamente alertas.

Essa resposta física também é conhecida como resposta de “luta ou fuga”, com a qual o corpo se prepara para entrar em combate ou fugir. Essa reação bioquímica é provavelmente um desenvolvimento evolutivo, ou seja, uma resposta automática que sempre foi crucial para nossa sobrevivência.

Reação emocional

Por outro lado, a resposta emocional ao medo é altamente pessoal e personalizada. Como esse sentimento envolve algumas das mesmas reações químicas em nossos cérebros que emoções positivas como felicidade e excitação, então sentir medo em certas circunstâncias pode ser visto como divertido, como quando assistimos a filmes de terror.

Algumas pessoas são “viciadas” em adrenalina, assim elas prosperam em esportes radicais e outras situações de emoção indutoras de medo. Outras, ao contrário, têm uma reação negativa a esse sentimento, evitando a todo custo situações indutoras de medo.

Assim, embora a reação física seja a mesma, dependendo da pessoa, a experiência do medo pode ser percebida como positiva ou negativa.

homem tenso

Quais são os sintomas do medo

De um modo geral, o medo envolve sintomas físicos e emocionais, assim cada pessoa pode senti-lo de uma forma diferente. Mas alguns dos sinais e sintomas mais comuns são:

  • Dores no peito;
  • Arrepios;
  • Boca seca;
  • Náusea;
  • Batimento cardíaco acelerado;
  • Falta de ar;
  • Sudorese;
  • Tremores;
  • Dor de estômago.

Além dos sintomas físicos de medo, as pessoas podem experimentar sintomas psicológicos. Por exemplo, podem se sentir sobrecarregadas, chateadas, fora de controle ou, em uma situação extrema, uma sensação de morte iminente.

O medo pode ser uma doença

Se você tiver sentimentos de medo persistentes e excessivos, então deve procurar seu médico. Dessa forma, ele pode realizar um exame físico e solicitar testes de laboratório para garantir que seu temor e ansiedade não estejam ligados a uma condição médica subjacente.

Seu médico também fará perguntas sobre seus sintomas, incluindo há quanto tempo você passa por isso, sua intensidade e situações que tendem a desencadeá-los.

Dependendo de seus sintomas, seu médico pode diagnosticá-lo com um tipo de transtorno de ansiedade, ou uma fobia.

O que é fobia

Um dos aspectos dos transtornos de ansiedade pode ser uma tendência a desenvolver o medo de ter medo.

Enquanto a maioria das pessoas tende a sentir medo apenas durante uma situação que é percebida como assustadora ou ameaçadora, quem tem transtornos de ansiedade pode ficar com receio de experimentar uma resposta. Assim, quem tem ansiedade, percebe suas respostas de medo como negativas e se esforça para evitar essas respostas.

Uma fobia é uma distorção da resposta normal ao medo, ou seja, o sentimento é direcionado a um objeto ou situação que não apresenta um perigo real.

Embora você reconheça que o medo não é razoável, você não pode evitar a reação. Com o tempo, esse sentimento tende a piorar à medida que o pânico da resposta a ele toma conta.


mulher com medo

Como saber a diferença entre um medo e uma fobia

Quais são as causas do medo? O medo é um sentimento incrivelmente complexo e não existe uma causa única e primária.

Alguns medos podem resultar de experiências ou traumas, enquanto outros podem representar um medo de algo completamente diferente, como uma perda de controle.

Ainda assim, outros medos podem ocorrer porque causam sintomas físicos, como pavor de altura, porque eles fazem a pessoas a se sentir tonta e enjoada.

Alguns gatilhos comuns que provocam pavor:

  • Determinados objetos ou situações específicas (aranhas, cobras, alturas, escuro);
  • Eventos futuros;
  • Eventos imaginados;
  • Perigos ambientais reais;
  • O desconhecido.

Certos medos tendem a ser inatos e podem ser influenciados evolutivamente porque ajudam na sobrevivência. Outros são aprendidos e estão ligados a associações ou experiências traumáticas.

Existem diversos tipos de fobias causadas pelos transtornos de ansiedade, como por exemplo, agorafobia, distúrbio de ansiedade generalizada, síndrome do pânico, transtornos de relacionamentos, entre outras.

Como tratar o medo

A exposição repetida a situações semelhantes simplifica o medo, o que pode reduzir drasticamente muito a resposta a ele. Essa abordagem é usada como base de alguns tratamentos de fobia, que dependem da minimização lenta da resposta ao medo, tornando-a familiar.

Os tratamentos de fobia que são baseados na psicologia do enfrentamento tendem a se concentrar em técnicas como dessensibilização sistemática ou inundação. Ambas as técnicas trabalham com as respostas fisiológicas e psicológicas do corpo para reduzir o medo.

Dessensibilização sistemática

A dessensibilização sistemática envolve ser conduzido gradualmente por uma série de situações de exposição. Por exemplo, se você tem horror de aranhas, pode passar a primeira sessão com seu terapeuta falando sobre aranhas.

Lentamente, nas sessões subsequentes, seu terapeuta o guiaria olhando fotos de aranhas, brincando com aranhas de brinquedo e, eventualmente, lidando com uma aranha viva.

Assim, essa técnica de contra condicionamento provocando emoções contrárias àquelas produzidas pelo estímulo condicionado suaviza lentamente a fobia até extingui-la.

Isso geralmente é acompanhado pelo aprendizado e aplicação de novas técnicas de enfrentamento para gerenciar a resposta ao medo.

Inundação

Essa técnica de exposição é muito bem sucedida quando realizada da forma correta. A inundação se baseia na premissa de que sua fobia é um comportamento aprendido e você precisa desaprender.

Com a inundação, você fica exposto a uma grande quantidade do objeto temido ou exposto a uma situação temida por um período prolongado de tempo em um ambiente seguro e controlado até que o medo diminua. Por exemplo, se você tem fobia de aviões, você subiria em um de qualquer maneira.

O objetivo é fazer com que você ultrapasse a ansiedade avassaladora e o pânico potencial para um lugar onde você tenha que enfrentar seu medo e, eventualmente, perceber que está bem.

Assim, isso pode ajudar a reforçar uma reação positiva (você não está em perigo) com um evento temido (estar no céu em um avião), fazendo com que você supere o medo.

Embora esses tratamentos sejam altamente eficazes, é importante realizar essas abordagens de confronto apenas com a orientação de um profissional de saúde mental treinado.

homem com medo

Como lidar com o medo

Além de ajuda profissional, há também medidas que você pode tomar para ajudar a lidar com esse sentimento no dia-a-dia. Essas estratégias concentram-se no gerenciamento dos efeitos físicos, emocionais e comportamentais do medo.

Algumas medidas que você pode tomar:

  • Obtenha apoio social, porque ter pessoas de apoio em sua vida pode ajudá-lo a gerenciar seus sentimentos;
  • Pratique a atenção plena, embora você nem sempre possa evitar certas emoções, estar atento pode ajudá-lo a gerenciá-las e substituir os pensamentos negativos por positivos;
  • Use técnicas de gerenciamento de estresse, como respiração profunda, relaxamento muscular progressivo e visualização;
  • Cuide da sua saúde. Alimente-se bem, faça exercícios regulares e durma o suficiente todas as noites.
Qual a diferença entre medo e covardia?

Conforme já explicamos, o medo é uma emoção dolorosa, ansiedade ou pavor causado pela apreensão de um perigo iminente. A covardia é a incapacidade de controlar essa ansiedade e, assim, fugir do perigo, sem coragem.

Em outras palavras, a diferença entre medo e covardia é que o primeiro é uma emoção forte, incontrolável e desagradável causada por um perigo ou ameaça real ou percebida. Enquanto a covardia é a falta de coragem para enfrentá-lo.

No entanto, não confunda covardia com uma fobia que paralisa uma pessoa, deixando-a sem reação frente ao perigo iminente. Portanto, tome cuidado ao julgar pessoas como covardes sem saber seu histórico e sua experiência de vida.

Em resumo, fobia é doença, covardia é atitude frente ao perigo iminente.

Conclusão

O medo é uma emoção humana importante que pode nos proteger do perigo e nos preparar para agir, mas também pode levar a sentimentos de ansiedade mais duradouros.

Encontrar maneiras de controlar o medo pode ajudar a lidar melhor com esses sentimentos e evitar que a ansiedade se instale.

Assim, se você perceber que seu sentimento pode ser patológico ou uma fobia, o ideal é procurar ajuda profissional.


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