Por que cachorro come fezes? (coprofagia canina)

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Por que cachorro come fezes

O que fazer quando um cachorro come fezes? A prática de um cachorro comer fezes – coprofagia canina – pode ser evitada, nesse texto vamos explicar alguns motivos e como evitar esse hábito.

Não há nada mais repugnante para um dono de cachorro do que ver seu melhor amigo comer o próprio cocô ou o de outro cachorro e depois, abanando o rabo, tentar aplicar uma lambida.

Mas, por que os cães fazem essa coisa repulsiva? O que os atrai para esse comportamento? Podemos nunca saber com certeza o motivo de cada cachorro, mas é possível ter uma noção sobre o que inicia o comportamento e podemos supor como e porque ele continua.

O que é coprofagia canina

A coprofagia não é um comportamento anormal para os cachorros em determinadas situações. Por exemplo, as fêmeas consomem naturalmente as fezes de seus filhotes, presumivelmente para manter o ninho limpo.

Assim esse comportamento oferece um benefício de sobrevivência, pois evita que condições anti-higiênicas se desenvolvam no ninho. Por instinto a cadela sabe que a falta de higiene pode levar doenças aos seus filhotes.

Portanto, o impulso biológico de comer fezes provocado pelo instinto de sobrevivência obriga as cadelas em amamentação a ingerir as fezes de seus filhotes.

Além disso, muitos filhotes passam por uma fase oral em que exploram tudo com a boca, às vezes ingerindo uma variedade de itens não alimentares, incluindo fezes.

Com o passar do tempo, a maioria dos filhotes acaba aprendendo que a comida tem um gosto melhor do que as fezes e eles abandonam o hábito de comer fezes pelo resto de suas vidas. Alguns filhotes mais velhos podem continuar a comer fezes por alguns meses, mas a maioria perde o hábito após o primeiro ano de vida.

Sendo assim, exceto cadelas em amamentação, a maioria dos cães adultos “normais” não tem absolutamente nenhum interesse em comer fezes.

Por que um cachorro come fezes?

Exceto pela condição que explicamos acima, vamos entender porque um cachorro continua comendo fezes após esse período.

cão se lambendo

Quando a coprofagia canina é um problema

Como você já deve saber, nem todo o cachorro come fezes. Apesar desse problema ser comum em algumas raças de porte pequeno, como Shih-tzu e Yorkshire, ele não é normal e é um sinal de que algo não vai bem.

Os cães são aprendizes lentos. Sendo assim, os filhotes nos quais os hábitos são facilmente enraizados podem continuar a se envolver em coprofagia muito além do tempo aceitável, e em excesso.

Assim, esse hábito pode continuar muito depois de outros cães da mesma idade terem desenvolvido novos interesses e hábitos. Cães com esse comportamento parecem viciados no hábito e podem ser melhor descritos como “compulsivos”.

No entanto, há um segundo fator que deve ser considerado para que um cão mantenha esse hábito, que é a deficiência alimentar.

Quais principais motivos que levam a um cachorro a comer cocô?
  • Observar outros cachorros comendo fezes;
  • Encontrar fezes com alta proteína e baixo resíduo;
  • Horário de alimentação irregular;
  • Ser alimentado em quantidades inadequadas;
  • Ambiente pouco estimulante para que perca esse hábito;
  • Oportunidade constante de ingerir fezes;
  • Atenção ou supervisão inadequada;
  • Doenças.

Seja por natureza, criação ou uma combinação de fatores, a coprofagia vira um hábito persistente e irritante. Existem várias formas diferentes de coprofagia, mas, qualquer que seja a forma, provavelmente existem impulsos e predileções semelhantes operando.

Quais são os tipos de comportamentos coprofágicos?
  • Cães que são parciais, assim comem apenas suas próprias fezes;
  • Cães que comem apenas fezes de outros cães;
  • Ou ainda, cães que comem apenas as fezes de outras espécies, em geral de gatos.
Algumas estratégias que têm sucesso para evitar a coprofagia
  • Recolher todas as fezes disponíveis, ou seja, negar acesso;
  • Escoltar o cão até uma área “segura” e levá-lo de volta para dentro de casa imediatamente após ele ter evacuado com sucesso e antes mesmo que ele tenha a chance de investigar os frutos de seu trabalho;
  • Alguns cães tentam contornar o controle de seus donos comendo as fezes à medida que elas saem e para esses poucos incorrigíveis pode ser necessária uma focinheira;
  • Mudar a dieta e o horário de alimentação do cão para que rações ricas em fibras sejam fornecidas com frequência. Uma dieta que contenha 10% de fibra é uma boa opção. Pode funcionar permitindo que o cão coma até a saciedade sem ganhar peso, ou pode alterar a textura das fezes do cão, tornando-as menos palatáveis. O alimento seco se mostra mais eficaz do que o alimento úmido na redução da coprofagia;
  • A mudança do estilo de vida também é útil. Certifique-se de que seu cão faça bastante exercício e passe bastante tempo de qualidade com você todos os dias. Alguns cães respondem muito bem quando um “programa de trabalho” é implementado. Esse programa deve estimular o cão a exercitar suas tendências naturais por meio de atividades como perseguir, buscar, caminhar, correr, entre outras.
Ensine o comando “DEIXA ISSO”

Sempre que seu cão der mostras que pretende desfrutar de um cocô, fale, firmemente, DEIXA ISSO!

Embora algumas das medidas acima sejam eficientes por si só, é melhor aplicar todo um programa de prevenção por pelo menos seis meses para cortar o comportamento pela raiz.

Assim, se durante este tempo o cão tiver acesso às fezes e ingeri-las, talvez você esteja perdendo terreno. Mas, felizmente o progresso eventualmente terá acontecido, mesmo que seja um passo atrás para cada dois à frente.

No entanto, apesar de todas essas modificações no ambiente, na alimentação e no treinamento, alguns cães persistem no hábito da coprofagia.

Para esses cães, vale a pena considerar o diagnóstico de transtorno compulsivo. Alguns casos obstinados respondem ao uso criterioso de antidepressivos humanos. Mas não administre nenhum medicamente sem consultar o veterinário de seu cão.

Embora controverso, o diagnóstico de transtorno obsessivo-compulsivo parece preencher esse vácuo, pelo menos ocasionalmente, e atende a alguns critérios científicos para o diagnóstico.

Assim, se o cão parece obcecado em comer fezes e compelido a ingeri-las, é provável que a coprofagia tenda a seguir uma predileção genética, ocorrendo mais frequentemente em raças de cães ansiosas.

homem ensinando cachorro

Cuidados a serem tomados

Existem receitas caseiras de adicionar produtos que deixem as fezes menos atraentes para os cães, no entanto, nenhuma dessas receitas se mostrou eficaz. Isso porque os cães praticamente não sentem o gosto do que comem, seu paladar é o pior dos seus sentidos.

Também existem produtos industrializados que deixam as fezes com sabor amargo ou cheiro repulsivo, mas sua eficácia é discutível pela mesma situação que citamos acima. Além disso, se seu cachorro come as fezes de outros cachorros de nada adianta deixar a dele não palatável.

Como pudemos observar, na maioria dos casos, a coprofagia pode ser tratada com sucesso em casa por meio de uma combinação de mudanças de manejo. Ou seja, exercício, dieta e excursões supervisionadas ao ar livre, assim como medidas ambientais. Mas esteja atento à condição médica ocasional que se disfarça da mesma maneira que hábitos adquiridos.

Embora a maioria dos casos de coprofagia pareça ser puramente comportamental, existem de fato inúmeros problemas médicos que podem causar ou contribuir para a coprofagia.

Esses problemas devem primeiro ser descartados juntamente com o veterinário antes que um diagnóstico puramente comportamental possa ser feito.

Mas esteja ciente de que você deve acabar com esse hábito, pois ingerir fezes é porta de entrada para parasitas e doenças.

Além das dicas acima observe também as seguintes situações
  • Tempo desde a última vermifugação;
  • Observe se existem vermes nas fezes;
  • Verifique se o alimento que você oferece é de qualidade e rico em nutrientes e sais minerais;
  • Observe se houve perda peso recente, prostração ou outras mudanças no animal;
  • Observe se o outro cachorro não está comendo todo o alimento e deixando-o com fome.


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