Por que nós dormimos?

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por que dormimos

Por que nós dormimos? Qual é o propósito do sono? Quem, pelo menos uma vez na vida não teve essa dúvida?

Acima de tudo, o sono é essencial para ter uma boa saúde. Portanto, da mesma forma que precisamos respirar, de comida e de água, precisamos dormir para sobreviver. Sendo assim, não é de se admirar que gastemos cerca de um terço de nossas vidas dormindo.

Então, vamos entender melhor o que acontece quando dormimos?

Por que nós dormimos?

Durante o sono muitos processos biológicos acontecem para nos preparar para mais um dia, assim, entre eles é possível destacar:

  • O cérebro armazena novas informações e, além disso, descarrega os resíduos tóxicos;
  • As células nervosas se comunicam e se reorganizam, o que garante uma função cerebral saudável;
  • O corpo repara as células, restaura a energia e libera moléculas como hormônios e proteínas.

Esses processos são críticos para nossa saúde geral, afinal, sem eles, nosso corpo não funciona corretamente. Portanto, a seguir vamos explicar por que dormimos, assim como o que acontece se não tivermos horas de sono suficientes.

Por que dormimos?

Muitas informações ainda são desconhecidas pela ciência sobre o propósito do sono. No entanto, também é amplamente aceito pelos cientistas que não há apenas uma explicação para o fato de que precisamos dormir. O sono é provavelmente necessário por muitas razões biológicas.

Nesse sentido, os cientistas já descobriram que o sono ajuda o corpo a se recuperar de várias maneiras. As principais descobertas sobre isso serão listadas a seguir.

Conservação de energia

De acordo com a teoria da conservação de energia, precisamos dormir para conservá-la. Dessa forma, ao dormirmos, nós reduzimos nossas necessidades calóricas, gastando parte do nosso tempo funcionando em um metabolismo mais baixo.

Este conceito é apoiado pela forma como nossa taxa metabólica cai durante o sono. Pesquisas sugerem que 8 horas de sono para seres humanos podem produzir uma economia diária de energia de 35% em relação à completa vigília.

Assim, a teoria da conservação de energia do sono sugere que um dos principais objetivos do sono é reduzir o uso de energia de uma pessoa durante as horas do dia e da noite, quando é pouco favorável e menos eficiente buscar a comida.

Restauração celular

Outra teoria estudada, chamada de teoria restauradora, afirma que o corpo precisa dormir para se restaurar. A ideia é que o sono permite que as células se reparem e voltem a crescer. Isso é apoiado por muitos processos importantes que acontecem durante o sono, entre eles é possível destacar:

  • Reparação muscular;
  • Síntese proteica;
  • Crescimento dos tecidos;
  • Liberação de hormônios.
Função cerebral

A teoria da plasticidade cerebral sugere que o cérebro adulto é maleável, dessa forma sempre se adapta a novas circunstâncias. De acordo com esse conceito, o sono é necessário para a função cerebral. Em particular, permite que nossos neurônios, ou células nervosas, se reorganizem.

Quando dormimos, nosso sistema glinfático (depuração de resíduos) do nosso cérebro limpa os resíduos do sistema nervoso central. Dessa forma, ele remove subprodutos tóxicos do cérebro, que se acumulam ao longo do dia. Isso permite que o nosso cérebro funcione bem quando acordamos.

Pesquisas sugerem que o sono contribui para a função da memória. Ou seja, o sono converte memórias de curto prazo em memórias de longo prazo, assim como apaga informações desnecessárias que poderiam desordenar o sistema nervoso.

Segundo essas pesquisas, o sono afeta muitos aspectos da função cerebral, entre eles destacam-se:

  • Capacidade de aprender;
  • Melhoria da memória;
  • Habilidades para resolver problemas;
  • Aumento da criatividade;
  • Capacidade de tomar decisões;
  • Foco e concentração.
Bem-estar emocional

Da mesma forma, o sono é essencial para melhorar a saúde emocional. Assim, durante o sono, a atividade cerebral aumenta em áreas que regulam a emoção, apoiando a função cerebral saudável e a estabilidade emocional.

As principais áreas do cérebro em que o sono aumenta a atividade são:

  • Amígdala;
  • Corpo estriado;
  • Hipocampo;
  • Ínsula;
  • Córtex pré-frontal medial.

Um exemplo de como o sono ajuda a regular a emoção ocorre na amígdala. Essa parte do cérebro, localizada no lobo temporal, é responsável pela resposta ao medo. É o que controla nossa reação quando enfrentamos uma ameaça percebida, como uma situação estressante.

Dessa forma, quando dormimos o suficiente, a amígdala responde de uma maneira mais adaptativa. Mas se somos privados de sono, é mais provável que a amígdala reaja exageradamente.

Pesquisas mostram que o sono e a saúde mental estão interligados. Por um lado, os distúrbios do sono podem contribuir para o aparecimento e progressão de problemas de saúde mental. No entanto, por outro lado, os problemas de saúde mental também podem contribuir para os distúrbios do sono.

homem dormindo

Manutenção do peso

O sono afeta o peso controlando os hormônios da fome. Esses hormônios incluem a grelina, que aumenta o apetite, e a leptina, que aumenta a sensação de saciedade depois de comer.

Durante o sono, a grelina diminui porque usamos menos energia do que quando estamos acordados. No entanto, a falta de sono eleva a grelina e suprime a leptina. Esse desequilíbrio nos deixa com mais fome, o que pode aumentar o risco de ingerir mais calorias e ganhar peso.

Segundo uma pesquisa, a privação crônica do sono, ou mesmo apenas cinco noites seguidas de pouco sono, pode estar associada ao aumento do risco de:

  • Obesidade;
  • Síndrome metabólica;
  • Diabetes tipo 2.
Função adequada da insulina

A insulina é um hormônio que ajuda as células a processar a glicose, ou açúcar, para obter energia. Mas na resistência à insulina, as células não respondem adequadamente à insulina. Isso pode levar a níveis elevados de glicose no sangue e, eventualmente, diabetes tipo 2.

O sono pode proteger contra a resistência à insulina, além disso, mantém as células saudáveis ​​para que possam absorver facilmente a glicose.

O cérebro também usa menos glicose durante o sono, o que ajuda o corpo a regular a glicemia geral.

Sistema Imunológico

Boas noites de sono aumentam nossa imunidade. Mas se um sistema imunológico saudável e forte depende do sono, uma pesquisa mostrou que, ao contrário, a privação do sono pode inibir a resposta imune e tornar o corpo suscetível a germes.

Isso acontece porque quando dormimos, o corpo produz citocinas, que são proteínas que combatem infecções e inflamações. Também produz certos anticorpos e células imunes. Juntas, essas moléculas previnem doenças destruindo germes nocivos.

É por isso que o sono é tão importante quando estamos doentes ou estressados. Durante esses períodos, o corpo precisa de ainda mais células e proteínas imunológicas.

Saúde do coração

Embora as causas exatas não sejam claras, os cientistas acreditam que o sono melhora a saúde do coração. Isso decorre da ligação entre doenças cardíacas e sono ruim.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças Norte Americano (CDC) afirma que um adulto, em média, precisa de 7  horas de sono por noite. Portanto, dormir menos do que isso regularmente pode levar a problemas de saúde, muitos dos quais podem prejudicar a saúde do coração.

A falta de sono regular está associada a fatores de risco para doenças cardíacas, como por exemplo:

  • Pressão alta;
  • Aumento da atividade do sistema nervoso simpático;
  • Aumento da inflamação;
  • Níveis elevados de cortisol;
  • Ganho de peso;
  • Resistência a insulina.

mulher dormindo

O que acontece com o corpo quando estamos dormindo?

Nosso corpo passa por quatro estágios durante o sono. Esse ciclo se repete por várias vezes ao longo do tempo que dormimos. O tempo de duração de um ciclo varia entre 70 e 120 minutos. Dessa forma, os estágios de sono geralmente se repetem cerca de quatro vezes em um período de sono de 7 a 9 horas.

O padrão inclui duas fases principais do sono, o sono sem movimento rápido dos olhos (não REM) e sono com movimento rápido dos olhos (REM). Mas, os quatro estágios do sono incluem três estágios de sono não REM e um estágio de sono REM.

Como os nomes sugerem, o sono não REM apresenta ausência de movimentos oculares, enquanto o sono REM, que é o sono em que ocorrem os sonhos, é caracterizado por movimentos oculares rápidos. Vamos entender então esses quatro estágios?

Estágio 1: sono não REM

O estágio 1 ocorre quando adormecemos pela primeira vez. Então, à medida que o corpo entra em sono leve, as ondas cerebrais, a frequência cardíaca e os movimentos oculares diminuem. Essa fase dura cerca de 7 minutos.

Estágio 2: Sono não REM

Essa fase envolve o sono leve pouco antes da chegada do sono profundo. Nela, a temperatura do corpo diminui, os movimentos dos olhos param e a frequência cardíaca e os músculos continuam a relaxar. As ondas cerebrais disparam brevemente e depois diminuem. A maior parte do tempo do nosso sono é nesse estágio.

Estágio 3: Sono não REM

O sono profundo começa no estágio 3 e dura até o 4. Mas, durante o estágio 3, os olhos e músculos não se movem, e as ondas cerebrais diminuem ainda mais.

O sono profundo é restaurador porque o corpo reabastece sua energia e repara as células, tecidos e músculos. Portanto, todos nós precisamos dessa fase para nos sentirmos despertos e revigorados no dia seguinte.

Estágio 4: sono REM

Essa fase acontece pela primeira vez cerca de 90 minutos depois que adormecemos. Nela, os olhos se movem rapidamente de um lado.

No sono REM, as ondas cerebrais e os movimentos oculares aumentam, assim como a frequência cardíaca e respiração também aceleram.

Os sonhos em geral só acontecem durante o sono REM. Assim como o cérebro também processa informações durante esse estágio, tornando-o importante para o aprendizado e a memória.

mulher acordando

Quantas horas de sono uma pessoa precisa?

A quantidade recomendada de sono não só depende da idade, mas também pode variar de pessoa para pessoa. No entanto, como base, o CDC sugere as seguintes durações:

  • Do nascimento aos 3 meses: 14 a 17 horas;
  • 4 a 12 meses: 12 a 16 horas por 24 horas, incluindo cochilos;
  • 1 a 2 anos: 11 a 14 horas por 24 horas, incluindo cochilos;
  • 3 a 5 anos: 10 a 13 horas por 24 horas, incluindo cochilos;
  • 6 a 12 anos: 9 a 12 horas;
  • 13 a 18 anos: 8 a 10 horas;
  • 18 a 60 anos: 7 ou mais horas;
  • 61 a 64 anos : 7 a 9 horas;
  • 65 anos ou mais: 7 a 8 horas.
Mas, o que acontece quando não dormimos o suficiente?

Quando dormimos menos tempo que nosso corpo exige, então ele tem tem dificuldade em funcionar corretamente. A falta de sono é vinculada a problemas crônicos de saúde que afetam o coração, os rins, o sangue, o cérebro e a saúde mental.

Além disso, a falta de sono também está associada a um aumento do risco de lesões tanto em adultos como em crianças. A sonolência de um motorista, por exemplo, pode contribuir para acidentes graves e até mesmo para a morte.

Em adultos mais velhos, a falta de sono está associada a um aumento do risco de quedas e ossos quebrados.

As consequências específicas da privação do sono podem incluir:

  • Mudança de humor;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Falta de memória;
  • Falta de foco e concentração;
  • Função motora ruim;
  • Fadiga;
  • Sistema imunológico enfraquecido;
  • Ganho de peso;
  • Pressão alta;
  • Resistência a insulina
  • Doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas;
  • Aumento do risco de morte precoce.
Conclusão

Agora que você entendeu melhor por que dormimos, então procure observar se você está respeitando as exigências do seu corpo. O sono de qualidade nos mantém saudáveis ​​e funcionando bem. Ele permite que o corpo e o cérebro reparem, restaurem e fiquem reenergizados.

Assim, se não dormirmos o suficiente, poderemos experimentar efeitos colaterais como falta de memória e falta de foco, imunidade enfraquecida e alterações no humor.

A maioria dos adultos precisa de 7 a 9 horas de sono por noite. Portanto, se você está tendo problemas para dormir, converse com seu médico ou com um especialista em sono. Eles podem determinar a causa subjacente, assim como ajudar a melhorar a qualidade do seu sono.


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